Com textos... do real

 

 

A minha escola

Lembro a minha infância, o acordar sobressaltado, o vestir apressado, o pão com chocolate da mãe, e a corrida incessante para aquela que sempre será a minha escola.

Lembro as portas verde-escuras e a senhora que, todas as manhãs, nelas nos esperava. Mal entrava, um grupo de dois pares de escadas conduzia-nos até um segundo andar, onde se encontrava a nossa sala. As escadas seriam talvez o que todas aquelas crianças mais gostavam pois, debaixo delas, estava um pequeno armário, onde viviam os arcos, as cordas e tudo o que tornava a nossa infância feliz.

Hoje, as portas verdes ficaram castanhas de pó, a velha senhora morreu, as escadas parecem tristes e aquele armário, que agora me parece ainda mais pequeno, já não contém os nossos brinquedos, apenas teias de aranhas e uma fechadura enferrujada.

 Esta não é, não pode ser, a minha escola!

 Senhores que, certamente, não tiveram infância, fecharam-na, não só a porta da escola, mas também a porta dos meus sonhos de menina!

 

 

Nome: Cindy Pereira Santos 9 Turma:10ºC

 

A minha Escola Primária

 

Se eu regressasse à minha escola primária não veria nada do que vi outrora. Não veria as crianças a jogar futebol, não veria a correria e a confusão que naquele tempo existia e não veria os meus professores.

Hoje a escola não tem crianças. É apenas a sede de uma associação de proteção de jovens. Já não há livros nas mesas nem crianças a aprender o abecedário e a fazer um mais um. A escola parece um deserto sem as crianças que lhe davam vida e cor.

Era tão bom quando lá andavam, todo aquele barulho, toda a ansiedade de querer aprender e aquela energia que parecia nunca acabar.

Eu acordava todos os dias com vontade de ir para a escola, de contar tudo aos meus amigos, de fazermos disparates, de brincarmos juntos, das corridas e dos aviões de papel que fazíamos para competir uns com os outros.

Tudo isto se foi e não volta mais. A escola mudou de sítio e eu já não sou tão novo. Cresci.

Ricardo Manuel Quinteiro Lopes dos Santos nº20 10ºC

 

Oficina de escrita criativa

 

No dia 19 de abril tivemos uma aula diferente. A professora Leonor veio propor-nos uma atividade de escrita criativa.

O primeiro exercício necessitava de muita criatividade. Consistia em olhar para as letras dos nossos nomes e ver que desenhos lhes associávamos. À frente de cada desenho, tivemos de escrever a palavra que o designasse e, depois, integrar cada uma dessas palavras num texto escrito por nós.

Alguns dos textos foram lidos para a turma, mas não foram lidos de qualquer maneira. Havia um dado que continha, em cada um dos lados,  diferentes emoções. A pessoa que ia ler o seu texto tinha que atirar o dado ao ar e ler com o sentimento que lhe calhasse. É claro que foi divertidíssimo e toda a gente se riu imenso.

 Outra atividade que fizemos foi escrever durante 5 minutos sem parar. Escrever o quê? Qualquer coisa. Tudo o que nos apetecesse, só não podíamos parar de escrever. De  início, pareceu-me muito difícil, porque não sabia o que dizer, mas depois de começar foi automático.

Com esta atividade aprendemos que escrever também pode ser divertido e que todos nós conseguimos ser criativos.

 

 

      Inês Raquel Ferreira, 10º D

No dia 12 de Abril de 2012, foi realizada, na escola secundária frei Rosa Viterbo, uma atividade de escrita criativa para as turmas do 10º ano. Esta atividade tinha por objetivo despertar a nossa criatividade e, por isso, estava dividida em cinco partes.

Foram todas muito divertidos, mas houve dois momentos que se destacaram mais do que os outros. Um deles foi quando tivemos que imaginar símbolos ou figuras com as letras do nosso nome e, em seguida, escrever uma história com esses elementos. O mais divertido deste jogo foi quando os alunos que se voluntariaram para ler a sua história, pois  tiveram que lançar ao ar um cubo, cujas faces tinham o desenho de várias emoções e, depois, ler a história seguindo a emoção que lhes calhasse. O outro jogo foi um em que tínhamos que escrever sem parar durante um certo tempo e a coordenadora da atividade ia dizendo palavras que tínhamos que inserir no nosso texto.

Para além destes dois jogos ainda houve outros como, por exemplo, um em que tínhamos que criar um diálogo em que cada fala começasse com as letras do nosso nome e que também foi muito engraçado.

Penso que foi uma experiência interessante, da qual todos gostaram, tendo, quase de certeza, também tido sucesso nas outras turmas de 10º ano. Foi uma atividade muito divertida e eu não me importaria de a repetir.

 

Christiana Gomes, 10º D

 

Ateliê de escrita criativa – texto de Ana Carolina Pereira  10º D

 Se vos entregassem uma folha em branco e vos propusessem um conjunto de atividades sem qualquer tipo de preparação como iria ser?

    No dia 12 de Abril os alunos do 10ºano foram presenteados com uma atividade extracurricular.

    Começaram por nos entregar uma folha em branco, pedindo-nos que escrevêssemos o nosso nome em acróstico no meio da folha. A seguir solicitaram-nos que desenhássemos a primeira coisa que nos ocorresse com cada letra do nosso nome. Formas engraçadas foram nascendo, umas relacionadas com o nosso dia-a-dia, outras com a imaginação.

    A segunda folha foi-nos entregue com um propósito relacionado com a 1ª atividade: consistia em escrevermos uma história, encaixando nela todos os objetos ou personagens que desenhamos. Depois de terminada a história, a dinamizadora da atividade, a Leonor, pedia voluntários para partilharem a sua experiência. Foi muito divertido ter a perceção das coisas absurdas e, ao mesmo tempo, tão criativas, que passavam pela cabeça dos nossos colegas e pelas nossas. E, como se não bastasse, as histórias tinham de ser lidas com um sentimento diferente daquele com que os autores da história a leriam. Chamava-se a essa atividade “o cubo dos sentimentos”: cada aluno lançava o cubo e lia a sua história de acordo com o sentimento obtido.   

 Numa terceira folha, o que teríamos de fazer era escrever o nosso nome, de novo em acróstico, mas no canto esquerdo da folha e, a partir daí, escrever um diálogo que se iniciasse sempre com as primeiras letras do nosso nome. O diálogo que tínhamos de fazer obedecia a um contexto: duas pessoas aborrecidas uma com a outra ficavam presas num elevador que avariava. Foi uma atividade caricata e muito divertida quando os alunos “contracenaram” com a dinamizadora do projeto e mostraram aos colegas o modo com reagiriam numa situação daquelas.

    Mas as atividades não ficaram por aqui. Ainda tivemos de escrever durante 5 minutos tudo o que nos ocorresse sem parar ou poisar a caneta. Depois dos 5 minutos e de lermos o que tínhamos escrito, demos conta de que a nossa cabeça, de facto, é um sistema complexo e que não é fácil escrever o que estamos a pensar, porque o pensamento não é controlável e nem sempre “conta” o que desejamos. A mesma atividade foi, depois, concretizada  com uma ligeira diferença: eram-nos dadas algumas palavras que teríamos de encaixar à medida que escrevíamos.

Pelo que pude observar e pela reação dos meus colegas, as atividades realizadas foram bastante enriquecedoras e divertidas e serviram para nos provar que não são necessárias grandes personagens, cenários ou descrições para construir uma boa história e que a imaginação e o pensamento dos outros, por vezes, são tão ou mais absurdos que o nosso.

 

 

 

 “Patagonia Press” (2008), de Carlos F. Gutiérrez

 

 Com esta foto, o fotojornalista chileno ganhou o prémio World Press Photo, na categoria de Natureza, em 2008.

 

O Vulcão Chaitén, no Chile, que estava “adormecido” há cerca de 10 mil anos, entrou em erupção, provocando uma enorme nuvem de cinzas que, devido ao calor, gerou uma grande quantidade de energia que foi descarregada sob a forma de relâmpagos.   

Esta imagem tem uma função informativa, pois o fotógrafo dá-nos conta de um acontecimento que presenciou. Há ainda uma função estética, uma vez que transmite o prazer do belo, valorizando os contrastes dos elementos que a constituem, assim como a variação da luz, que é natural, o que confere à foto um efeito espetacular, pois realça o brilho dos relâmpagos e das cinzas ainda a arder, que estão presentes na nuvem de cinzas.

 

Rafael Figueiredo, 10ºB 

Leitura de imagem

 

Miguel Lopes Barreira venceu, em 2007, o prémio da World Press Photo com esta foto, na categoria “Sports Action”.

O fotógrafo regista um momento da prova de Jaime Jesus numa competição nacional de bodyboard, na praia da Nazaré. Este desportista, no momento da fotografia, realiza uma manobra aérea espetacular, antes mesmo de cair no tumulto gerado pela rebentação das ondas.

Esta imagem está organizada em dois planos. Em primeiro plano podemos observar um imenso mar vivo e turbulento onde se observam ondas “gigantes”. Em segundo plano, e talvez o plano principal desta imagem, podemos observar um desportista, literalmente a “voar”, com a sua prancha de bodyboard, numa excelente manobra.

A cor é a preto e branco, talvez por  opção estética do fotojornalista, de modo a realçar o bodyboarder e a cor natural do mar em estado de turbulência, como era o caso.

Esta fotografia poderá ter como função motivar para a prática de desporto, seja ele qual for, cativar o público a assistir a eventos desportivos e a promover o nosso país e as suas potencialidades pelo mundo fora. Segundo Miguel Barreira, "a ideia é captar da melhor maneira possível aquilo que está à nossa frente". Penso que o conseguiu fazer de maneira exemplar. Esta fotografia retrata um dos grandes pontos de atração de Portugal, a nossa longa costa marítima, que é destino de muitos atletas que praticam desportos náuticos.

 

Mariana Cunha, 10º B

 

                                          

 

 

Foto de Araquém Alcântara

 

Araquém Alcântara queria ser escritor, mas  tornou-se jornalista quando,  num  determinado momento, descobriu que nao precisava das palavras para dizer o que queria.

Esta foto foi tirada numa das florestas brasileiras, quando  o fotógrafo foi sequestrado por índios caiapós menkragnotire, no rio Curuá.

A imagem está a preto e branco por gosto do autor, “justamente pela crueza e despojamento do trabalho”, pois ele não queria que o colorido interferisse.

O fundo da imagem está desfocado para dar a sensação de movimento. A foto foi tirada de cima para baixo talvez para sobressair as expressões dos rostos.

Ao olhar para a foto, sentimos que há um grande carinho entre o animal (uma preguiça) e esta criança, é evidente que há afeto entre ambos e o facto de o animal estar abraçado ao pescoço da criança leva-nos a pensar que está a proteger a criança, e não o contrário.

A intenção do autor ao tirar esta foto foi, como ele próprio disse, “encantar, ora pela singeleza, ora pela exuberâcia, ora pelo absurdo” . Penso que  também que é informar acerca de outras culturas e comportamentos de outras sociedades.

Patrícia Almeida, 10º A

José Saramago   

José de Sousa Saramago nasceu no Ribatejo, mais precisamente na aldeia de Azinhaga, no concelho de Golegã, a 16 de novembro de 1922. Filho e neto de pais e avós agricultores, mudou – se para Lisboa, com a família, com apenas dois anos de idade. Frequentou a escola primária da rua Martins Ferrão, mas um ano mais tarde foi transferido para a escola primária do largo do Leão. Em 1932 matriculou – se no liceu Gil Vicente. Nessa altura Saramago recebeu da sua mãe o seu primeiro livro de um autor inglês, O Mistério do Moinho. Devido à falta de recursos económicos da sua família, foi obrigado, em 1934, a mudar – se para a escola industrial Afonso Domingues, onde tirou o curso de serralheiro mecânico, profissão que, em 1939, veio a exercer no hospital civil de Lisboa.

Desde sempre fascinado pela cultura e literatura portuguesas, Saramago deslocava-se – se, com frequência, à biblioteca municipal central, no palácio das Galveias.

           Aos 25 anos de idade publicou o seu primeiro romance, Terra do Pecado. No mesmo ano nasce a sua filha Violante, fruto do primeiro casamento com a pintora Ilda Reis. Saramago, antes de se dedicar exclusivamente à escrita, exerceu variadíssimas funções: editor literário, na Editorial Estúdio Cor, diretor – adjunto do Diário de Notícias, novelista, argumentista poeta e dramaturgo. Tornou – se membro do Partido Comunista, participando, assim, ativamente na vida política. Deu também um grande contributo ao teatro, escrevendo e editando as peças A Noite, Que Farei com este Livro? A Segunda Vida de Francisco de Assis e In Nomine Dei.

   Em 1988, casou – se, de novo, com Pilar del Río, jornalista espanhola,  e, em 1992, mudou- se para Lanzarote, nas Canárias. Saramago escreveu várias obras sendo as mais conhecidas: Terra do Pecado (1947), Manual de Pintura e Caligrafia (1977), Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982), O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984), A Jangada de Pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), Ensaio Sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997), A Caverna (2000), O Homem Duplicado (2002), Ensaio Sobre a Lucidez (2004), As Intermitências da Morte (2005), A Viagem do Elefante (2008), Caim (2009)  e Clarabóia (publicada, postumamente, em 2011).

   Saramago foi várias vezes premiado pelo seu trabalho. Entre os prémios que recebeu, os que mais se destacaram foram o prémio Camões (1995), distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa, e o Nobel de Literatura (1998), que foi o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

 

 

 

 

 3º prémio World Press Photo 2011

 Javier Manzano (Fotojornalista, México)

 

O que vê nesta imagem? Uma cabeça de um boneco? Um homem enterrado até à cabeça? Depois de pesquisarmos o contexto da foto, ficamos a saber que se trata da cabeça de um homem que, ao atravessar uma zona da fronteira, entre os EUA e o México, (onde é mais frequente o contrabando de droga, no qual morrem milhares de pessoas por ano) sofre uma emboscada enquanto viajava com a sua família. Mais tarde, foi encontrado o resto do seu corpo a 20km do local onde tinha sido encontrada a cabeça.

A foto faz-nos pensar no atentado à dignidade do ser humano. Mesmo depois da morte, cada pessoa tem esse direito. Neste caso, não houve esse respeito.

 

Pedro Graça, 10 A

 

 

        2011 Spot News, 1 º prémio

        Péter Lakatos (fotojornalista, 1975, Hungria)

 

        A foto foi captada no momento em que um homem estava a cometer suicídio, na torre Liberty Bridge, em Budapeste(Hungria). O fotógrafo escolheu pouca nitidez para a imagem para dar o efeito do movimento da queda. As cores predominantes são o preto, que pode simbolizar pensamentos negativos, a morte, o luto, uma pessoa sem esperança; e a cor da chama, que pode simbolizar o clarão mortífero. O contraste das duas confere um efeito espetacular à imagem.

        A função da imagem é informativa, pois o fotógrafo presenciou o momento. Mas, na minha opinião, é também argumentativa e crítica, na medida em que nos faz pensar o que é que leva as pessoas a cometer suicídio, ainda por cima criando um efeito espetacular à sua volta.

 

Cátia Simão 10ºA